Contexto Tecnológico Contemporâneo

Valnice Sousa Paiva*

terça-feira, 20 de março de 2007

O desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação constituidas no domínio da eletrônica, cria um novo cenário cultural, saturado de informações, em constante mutação, com uma dinâmica jamais vista em toda a História. Este panorama tem contribuído para instaurar novas formas de pensamento, expressões, percepções de mundo, estabelecendo novos sentidos, principalmente para as novas gerações, desafiando, assim, o pensar sobre o papel e a identidade da escola na contemporaneidade.

No final do século XX, as novas tecnologias têm protagonizado grandes transformações no contexto mundial. As alterações nas relações de trabalho, nas comunicações, nas ciências, nas guerras, na área de entretenimento, em, praticamente, todos os aspectos da vida social, e também na esfera intelectual, fazem-nos reconhecer a sua fundamental importância. Muitas vezes, é possível nos surpreendermos com o que podem fazer os atores sociais, aproveitando-se das possibilidades geradas pelas tecnologias cuja qualidade técnica está hoje disponibilizada para um contingente cada vez maior de indivíduos.

Sendo assim, a escola que, ainda hoje, possui um papel importante na formação desses atores, precisa posicionar-se, urgentemente, acordando para sua obrigação face ao compromisso social a ela atribuído. No entanto, segundo Ferrés, “O medo à mudança e a obsessão pelo passado têm levado a escola à inadaptação” (1996, p. 11).

Isto, porque, a sociedade optou por se organizar, utilizando fundamentos tecnológicos que, em sua forma material, se aderi ao ambiente tornando, em sua maioria, um caminho sem volta. Por exemplo, em nossa época é muito difícil imaginar o mundo sem os meios de comunicação desenvolvidos pelos homens e praticamente impossível abdicar das suas contribuições. Então, quem não tem acesso, por opção ou por falta das condições, encontra-se, de certa forma, socialmente excluído.

Contudo, acredito que a adoção destas técnicas não precisa ser, necessariamente, para adaptar-se ao contexto externamente estabelecido, como se fosse uma forma de amoldar-se às determinações de atores hegemônicos. Nesta perspectiva, não estamos discutindo sobre a necessidade de adaptação, mas de uma associação na qual tanto as técnicas quanto a escola sejam problematizadas para se reconhecer o potencial desta união em favor dos sujeitos participantes desta instância social. Milton Santos (2000, p.174) justifica que as técnicas na sua forma material, unicamente corpórea, talvez sejam irreversíveis, porque aderem ao território e ao cotidiano. Mas, considerando o ponto de vista existencial, elas podem obter um outro uso e uma outra significação.
*Pedagoga, Mestre em Educação pela UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Professora da UNEB

Bibliografia Citada

  • FERRÉS, Joan. Vídeo e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996a.
  • SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.